No dia em que minhas palavras se forem

Como era ante(s)

Aparências

Perdeu o jogo

Sem título

Somos feitos de despedidas

Não perca seu tempo despedaçando a flor

O que são anjos?

O que eu vou ser até o amanhecer

João Pedro

Rio de Janeiro, 19 de Maio de 2020.

João Pedro, 14 anos, morto em operação policial no quintal de sua casa, enquanto brincava com os primos. Com a caneta e as palavras, duas jovens estudantes que também integram a SPN, Maiara expressando através da imagem e Rayssa por meio das palavras, respectivamente:

“Morre João Pedro. Não desvie o olhar ou isso não te diz respeito? Mais um negro e favelado assassinado, mais sangue derramado. Uma criança linda, fazendo o que crianças fazem: estava brincando. Não há engano, mais um caso de negligência, isso não é ciência, é a verdade. Onde estavam as autoridades?

Socorro! De longe dá para ouvir os gritos de uma população em perigo, que só quer viver em paz. Segurança já não há mais. Nem lugar para ir, temos de resistir. Mas como resistir se sempre estamos em desvantagem? Parece que nossa cor da pela nos transforma em alvos. Não recebemos cuidados. Cadê a justiça? Onde está a ajuda? Vivemos com medo, sem segurança e com a certeza de que João Pedro não foi o primeiro e nem será o último.”