Melancocídio
A colisão catastrófica de dois infinitos.
Aquilo que gera apenas um grande, inexorável e intangível vazio.
Um silêncio ensurdecedor, que aflige a alma de melancolia como um todo.
Amor.
A incandescência da indecência que floresce na permanência da inconstância.
Desencantos equacionados em fórmulas que privam os sentidos.
Desejo.
Tudo o que desemboca no rio do ódio e da paixão amargurada.
Ressentimento.
O beijo que nunca foi dado, a música que nunca foi dançada.
Dor.
O que leva ao agora.
Essa linha do espaço-tempo, feita de solidão e carência.
A mesma ingrata que dá a luz às tragédias sádicas e romances tórridos.
As rasuras de uma vida a dois, que se tornam rabiscos rasgados e esquecidos.
A esperança de que esses desencontros tracejem um mapa, e tragam de volta a lenha da alma.
Não há como negar a tatuagem daquele sorriso que fica no peito.
Mas há como matar, asfixiar, esganar a memória do gosto de um beijo.
Em retalhos e cicatrizes, engatinhando sobre o vidro, depois do fim.
A procura de um caminho, um casulo.
Pés quebrados, mãos dilaceradas de tanto puxar algo sem forma.
Mas agora, o encanto morreu.
Já não importa mais:
Sei lá, paciência esgota.
#PraCegoVer #PraTodosVerem ilustração. Slide traz como imagem central mãos que fazem atenta leitura em braile, simbolizando que há vezes é preciso sentir para ver. No lado oposto ao da imagem supracitada, encontra-se o poema escrito sobre um fundo preto e em fonte branca. Em ambos os slides há no topo a faixa verde água e a identidade visual características da SPN e logo abaixo há a foto e o nome do autor. Elias Daniel tem pele morena, olhos castanhos escuros e cabelos curtos também castanhos. Ele usa um lenço preto estampado cobrindo sua cabeça. Fim da descrição. (Legenda acessível por Natália Parreiras)
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