Paixão Proibida

Na noite de 12 de junho, duas sombras discretas subiram ao ponto mais alto, do morro mais distante, no meio da neblina mais escura e acima da cidade mais barulhenta.

Era impossível detectá-las, era impossível reconhecê-las, era impossível escutá-las, era impossível admirá-las ao longo da quase madrugada.

Por que todo esse cuidado absurdo?

Por que todo esse medo, como medo da morte, do sofrimento ou do luto?

Por que todo esse mistério na noite do dia 12 de junho?

Horas e horas depois, uma forte brasa foi reconhecida junto a um som calmo de riacho, era o fogo e a água, ambos se olhavam e conversavam como se matassem um desejo por dias aguçado e reprimido.

Não se tocavam, não se aproximavam, apenas se olhavam e conversavam. No entanto, quando o relógio marcou 11:59, os dois não se aguentaram, e em um ato homicida e suicida agarraram-se e beijaram-se com força suficiente para criar o céu na terra, com espaço e estrelas.

Em poucos instantes, a água evaporou e o fogo se apagou, mas o amor dessas almas se perpetuou na noite de 12 de junho.

Raphael Ramos

#PraCegoVer #PraTodosVerem ilustração. Fundo mostra o desenho de um ambiente externo que representa uma paisagem em tom monocromático. É possível ver montanhas e árvores ao fundo. Lua crescente no céu. Em primeiro plano aparece a silhueta de um casal. Eles estão de frente um para o outro, é possível ver apenas o tronco e a cabeça de ambos, que estão com as testas coladas. A mulher tem cabelo longo e é mais baixa do que o homem de cabelo curto. Na lateral, moldura traz faixa vertical verde com o símbolo da SPN, foto e nome de Raphael Ramos. Ele tem a pele morena, olhos castanhos, cabelo castanho curto, bigode e barba. Raphael veste uma camiseta preta e casaco preto. Fim da descrição. (Legenda acessível por Bia Palumbo)