sem título
Em uma prateleira
espero que o valor do eu'objeto
seja só o tempo da minha existência
Sei que às vezes
nem nisso
exista tanto valor assim.
A questão que fazes da minha presença
é tão mínima
que a poeira diz mais sobre mim
que tudo o que tente dizer.
Não divirto mais,
não encanto mais,
as visitas não perguntam o que eu sou,
cada vez mais há outras coisas
ao meu lado
e na minha frente...
Empoeirado, sem respirar
minha presença é tão comum
e tão inútil
que as vezes te vejo mais satisfeita
com qualquer coisa
Do que com a possibilidade de me tocar,
De “me pôr” em seu colo
Estou perdendo as cores
os sentidos
e sei que a cronologia desse descaso
te fará me jogar em qualquer canto.
E assim
vou permanecendo sem brilho
e sem carinho,
sem atenção,
sem questão...
ali esperando a oportunidade pra dizer que,
talvez,
por um milagre
os objetos amem.
#PraCegoVer #PraTodosVerem ilustração nos dois primeiros slides. Moldura reúne faixa vertical verde com o símbolo da SPN, foto 3x4 e nome de Marcos Alexandre Ribeiro. Ele tem pele branca, olhos castanhos, cabelo castanho curto, barba e bigode, usa camiseta preta lisa e cordão preto no pescoço. Fundo em tom monocromático com aspecto envelhecido exibe uma estante de madeira com livros e itens de decoração, como relógio, vaso de flores, pote de vidro, uma figa e escultura com uma mão aberta. Texto em branco. Foto no terceiro slide traz em destaque o móvel com os objetos. Fim da descrição. (Legenda acessível por Bia Palumbo)
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